Hoje, 29 de agosto, é Dia Nacional de Combate ao Fumo.
E hoje a Fisiolar aproveita pra desvendar a verdade sobre alguns dos grandes MITOS que circulam sobre o cigarro:
- Cigarro Light é menos agressivo
Esqueça essa história. Cigarro é cigarro e ponto final. Aceite. O cigarro light pode até ter menores teores de várias substâncias, no entanto não existem níveis seguros para o consumo de nenhuma destas substâncias. Ainda que light, ele continua matando, continua colaborando para a ocorrência de infartos e derrames, continua provocando graves doenças nos pulmões. Não se iluda achando que fumando menos ou cigarros light, conseguirá ficar livre destes riscos.
- A pessoa não pára de fumar porque não quer, não tem determinação
Este é outro grande engano. Algumas pessoas tem mais facilidade que outras. De qualquer forma, pra algumas pessoas é quase impossível parar sem algum tipo de apoio. Por vezes o apoio de familiares pode ser suficiente. Outras vezes, o suporte profissional poderá ser de grande valia. Em muitos casos, é necessária uma intervenção medicamentosa. É importante lembrar que a o processo de dependência do cigarro envolve fatores físicos, psicológicos e comportamentais. Não há como se comparar uma pessoa com outra. Cada um encontrará seu melhor método e momento para levar a cessação do tabagismo adiante. Seja como for, o importante é saber que quanto antes parar, melhor.
- Não tragar é uma boa forma de minimizar os danos
Não tragar faz com que a fumaça fique acumulada na região da boca e vias aéras mais superiores, o que já se comprovou estar relacionado com cânceres na região da boca.
- Após muitos anos de fumo não adianta mais parar pois o mal já está feito
Não é verdade. A cessação do tabagismo leva a ganhos mesmo pra uma pessoa que já tenha uma doença cardio-pulmonar instalada. O que pode acontecer é a pessoa ter mais dificuldade pra sentir os ganhos, ou mesmo demorar mais para sentir tais benefícios. E que ganhos são esses ? Ganhos em fôlego, disposição, melhora do paladar e olfato, facilidade de respiração, entre muitos outros ganhos.
O ganho de peso após a cessação do tabagismo está geralmente associado à ansiedade envolvida no processo de abandno do cigarro. Esta ansiedade pode ser melhor trabalhada com ajuda profissional, de um grupo de abandono do tabagismo, com medicação, apoio de familiares, etc. A prática de uma atividade física associada pode auxiliar bastante a evitar o ganho de peso. Além do mais, este ganho em geral está associado à fase mais aguda, logo que a pessoa pára de fumar. Em poucos meses a ansiedade vai se dissipando e a pessoa, a medida que ganha em fôlego, disposição e melhora da respiração, torna-se mais receptiva para desenvolver atividades que vão auxiliar a perda do peso.
- O melhor é parar abruptamente de fumar que as chances de sucesso são maiores
Mito também. Cada pessoa poderá se adaptar melhor com uma forma de cessar. Enquanto alguns se sentirão mais seguros diminuindo aos poucos, para outros jogar tudo relacionado ao tabaco fora e parar de vez será a melhor opção. Em qualquer uma das formas, o ideal é que a pessoa procure ter em mente o seu dia "D", aquele a partir do qual a cessação do tabagismo será completa. Isso vale inclusive pra quem está diminuindo o consumo gradualmente.
- "Fulano" fumou a vida toda e viveu até os 100 anos
Essa é uma frase comum para aqueles que querem arranjar desculpas para não encarar o problema de frente e tomar finalmente a decisão de parar. Existem sim casos de pessoas que fumam, excessivamente inclusive, e aparentemente não desenvolvem doenças associadas ao tabagismo. Mas elas são exceção. O corpo manda a conta para boa parte das pessoas que cometem abusos contra ele ao longo da vida. E essa conta pode vir bastante salgada ou mesmo bem cedo. É importante observar que a qualidade de vida na velhice e as doenças associadas que vão surgindo a partir da segunda e terceira idade, são muito variáveis na vida de cada pessoa. Enquanto algumas pessoas chegam aos 80 e até mais, saudáveis, lúcidas e com uma vida bem dinâmica, outras pessoas se vêem dependentes, "esquecidas", "confusas" e sem condições de andar sozinhas na rua ou até mesmo dentro de casa. Apostar que você será como aquele senhorzinho que fumou a vida toda sem desenvolver doenças graves até os 100 é o mesmo que fazer uma fézinha no jogo e ter a certeza de que ficará milionário. Isso definitivamente não é para todos, pelo contrário.
Então, desvendados alguns dos principais mitos, "bora se mexer" ?
Se você é fumante, que tal começar a refletir sobre o assunto, buscar opções de tratamento na sua cidade, conversar com um profissional de saúde da sua confiança e ir amadurecendo a idéia sobre qual momento (próximo, nada de deixar lá pro futuro) você vai iniciar sua parada.